terça-feira, 15 de setembro de 2015

Couve Flor



A fêmea mal pode ser vista em seu habitat natural, uma casa abandonada com paredes escurecidas pelo mofo, fazendo uma cama improvisada com lixo e papelão. O cheiro de urina e fezes parece não incomodá-la tanto quanto o frio.A necessidade de sobrevivência parece sempre falar mais alto nesses casos.

Por sorte choveu bastante na última semana e a fêmea pôde lavar uma de suas duas mudas de roupa, esfregando-as no chão áspero, e sua calcinha, cujo cheiro azedo pode ser sentido à distância possivelmente foi o fator principal para atrair o macho para o local. Uma criatura que aparenta ter uns cinquenta anos, mas não deve passar dos trinta, pardo e com tufos  grisalhos, sujos e ressecados na cabeça e com inúmeros caroços nas partes calvas e no rosto, dando lhe uma aparência quase inumana, se não fossem seus olhos curiosos para a fêmea com barriga d'água que usava uma fralda usada no lugar da roupa de baixo.

O primeiro contato entre casais da mesma espécie sempre são interessantemente tensos. A aproximação, se não for cautelosa, pode resultar em agressões de ambas as partes. Fêmeas nessas condições tendem a se esconder atrás de entulhos e jogar objetos na direção dos invasores enquanto urram o mais alto possível para afugentá-los (ou ao menos para convocar o seu bando para que o invasor não tenha êxito em sua empreitada), um comportamento natural vista a desvantagem física e a propensão dos machos dessa espécie forçarem as fêmeas ao coito.

A criatura feminina, cantarolava de forma desafinada enquanto estendia sua roupa molhada e abatida em um varal improvisado feito de arame. próximo à um latão de metal com jornais e entulhos pegavam fogo em seu interior para aquecer o ambiente. Em resposta a fêmea, o invasor cantarolou junto. Uma abordagem diferente do habitual, mas que pode ter um êxito surpreendente, visto que algumas pesquisas revelam interações entre relações humanas e estímulo musical. A música sugestiona, projeta e permite a realização imaginária de desejos inconscientes, lembranças,
sentimentos hedonistas e comunicativos. Uma linguagem universal.
Linguagem essa que parece ter surtido algum efeito, a fêmea começou a cantarolar mais alto. O macho agora era um convidado. E como as boas maneiras são tão universais quanto a música, um convidado deve oferecer algo ao seu anfitrião. Nesse caso, uma garrafa de  água ardente.

O convidado bebeu um longo gole do líquido entorpecente. Trauteou cada vez mais alto e ofereceu o veneno ardido à sua pretendente. Regozijaram de forma ébria em uma espécie de ritual de acasalamento desajeitada.

A fêmea se dirigiu até o papelão e retirou sua frauda, mostrando uma virílha peluda e proeminente.com verrugas e feridas. O ébrio se aproximou de quatro, alcoolizou a vagina da sua parceira após entregá-la a garrafa e secou-a com sua boca desdentada. Não parecia se preocupar com as feridas, a sujeira, o gosto e cheiro azedo de urina ou mesmo com os oxiúros.

Aparentemente extasiada, ela se retorcia e gemia alto, enquanto bebia um longo trago da bebida amarga.Totalmente tomada pela embriagues e pela excitação, ela o jogou no amontoado de papelão e retirou sua bermuda suja, e rasgou a sacola plástica que o ser miserável usava como roupa de baixo. Um cheiro de podridão subiu a suas narinas, e um couve flor em formato fálico surgiu rijo, pulsante e pingando pus. Aparentemente desprovida de nojo, ela cuspiu sua dentadura frouxa e iniciou um processo de felação, não se importando com o gosto decomposto daquele couve flor.

A anfitriã se jogou no chão, demonstrando estar pronta para receber aquele pênis disforme dentro de si. e o sentira, cada caroço, cada centímetro, cada ferida.

Em um movimento progressivo, bombava enquanto urrava e ninguém saberia dizer se era por prazer ou dor que o fazia.

Ela apenas recebia o couve-flor dentro de si enquanto seus peitos flácidos e caídos imitavam um pêndulo.

Em um urro ainda maior, ele se interrompera e a puxara pelos cabelos. E gozou sobre ela um jato longo de uma solução de sêmem, sangue e pus sobre a face dela.

A fêmea adormeceu debilmente sob o papelão. Se coçando e roncando alto.

O macho pegou sua cachaça seguiu seu caminho. Mancando e cambaleando.

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